Mundo apocalíptico
Quase 30 anos após o desastre nuclear de Chernobyl, em Abril de 1986, a vida vegetal e animal floresce agora na região que os humanos tiveram de abandonar precipitadamente. Depois do maior desastre nuclear de sempre, a zona de exclusão tornou-se uma involuntária reserva animal onde a Natureza agora prospera aparentemente sem sinais evidentes dos efeitos da forte radiação. Esta situação surpreendeu os cientistas. O Homem não poderá viver naquela zona por milhares de anos, mas na Natureza não são visíveis um nível anormal de mutações. As construções abandonadas tornam-se agora abrigo para uma fauna radioativa abundante, incluindo várias espécies que a ocupação humana tinha erradicado da zona há dezenas de anos.
O que os estudos que decorrem na zona concluem é que a normal presença humana foi muito mais lesiva para a vida animal que o desastre nuclear. Chernobyl é um exemplo do que seria o nosso planeta num cenário pós-apocalíptico nuclear. E a Natureza revela uma capacidade extraordinária de adaptação, que já permitiu à vida sobreviver e regenerar-se a várias extinções massivas por alterações radicais nas condições na Terra. Apesar da nossa inconsciência, o que parece é que não será a voracidade do Homem capaz de acabar com a vida na Terra.
O Homem necessita da Natureza mas a Natureza não necessita do Homem. A longo prazo é portanto só a nós que prejudica a nossa falta de respeito pela restante vida do planeta onde vivemos. A Terra continuará depois de nós.