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rua do imaginário

Porque existe algo em vez do nada?

Porque existe algo em vez do nada?

rua do imaginário

31
Ago16

Terra 2.0

É fantástica a descoberta de um planeta rochoso em zona viável para albergar vida a orbitar a estrela Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol a apenas 4.3 anos-luz. O facto de a estrela vizinha do Sol ter um planeta semelhante à Terra indica que as probabilidades de existirem planetas deste género a orbitar as estrelas são bastante elevadas, o que significa que no universo existirão biliões destes planetas. O que fica por determinar é, dado um planeta com estas características, qual a probabilidade de nele surgir vida e, surgindo vida, qual a probabilidade de essa vida evoluir para um estágio que lhe permita ter consciência da sua existência e capacidade de conhecer o Universo. Mesmo considerando que as probabilidades destes dois eventos sejam extremamente reduzidas, teremos sempre milhares de milhões de planetas no Universo com potencial de ter vida inteligente. A dúvida não é saber se estamos sozinhos no Universo, o que seria algo muito estranho, é saber até que ponto o universo fervilha de consciência e de vida inteligente.

30
Ago16

Secularismo e religião

O secularismo é uma evolução civilizacional de extrema importância. Ainda são poucos, ou nenhum, os países no mundo que praticam um governo verdadeiramente secular, e que a maioria dos países da vanguarda da nossa civilização estão muito, muito longe de terem governos seculares. O secularismo deve ser levado muito a sério e as sociedades ocidentais devem-no perseguir com afã. Algo completamente distinto é a proibição de demonstrações públicas de religiosidade, que nada tem a ver com secularismo e que é uma invasão do estado sobre a liberdade religiosa e cultural de cada um.

 

No outro lado da balança temos que colocar a intransigência perante a utilização da religião para diminuir de alguma forma a igualdade de género, nomeadamente no acesso à educação e a uma carreira profissional por parte das mulheres. Também a igualdade de género é um avanço civilizacional ainda por conseguir e que todos devemos trabalhar nesse sentido. A igualdade de género é uma questão de direitos humanos e não uma questão religiosa ou cultural.

 

Estes conceitos parecem claros e simples, mas dificuldade existe emáreas cinzentas onde se intercetam o secularismo, a igualdade de género, a religião e a cultura. Não existe uma solução política definitiva, o que é necessário é filosofia, ética e senso comum. Ou seja, sabedoria.

29
Ago16

Momentos de felicidade, III

Conduzir a mota numa manhã fresca de Primavera a caminho do trabalho, sentir o ar frio e a leve trepidação do motor a acordar o corpo, e desejar subitamente que a distância fosse maior, querer continuar sem destino, por estradas rurais, sentir a paisagem passar por nós, como se nós fossemos parte dela. Também no imaginário se pode ser feliz.

25
Ago16

Justiça e liberdade

Para que uma sociedade seja justa, basta que todos tenham liberdades iguais?

 

Esta foi uma das questões do exame de filosofia do 11º ano de 2016. E que falta faz a esta sociedade a filosofia, pensar sobre conceitos como justiça e liberdade, que, deixados à mercê de sentimentos de medo, de ignorância ou de intolerância podem facilmente, como a história nos mostra, criar uma sociedade de barbárie. E as imagens de hoje, de a polícia a obrigar uma mulher muçulmana de despir roupa numa praia do sul de França por estar demasiado vestida para respeitar os "bons costumes do secularismo" mostram bem a insensatez. A justiça não é impor a liberdade do "eu" sobre o "outro", porque as liberdades não se podem sobrepor: a minha liberdade termina onde começa a liberdade do meu vizinho.

24
Ago16

Onde estão os bons?

O que mais me preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética… o que mais me preocupa é o silêncio dos bons.

 

Martin Luther King

 

Para que o mal triunfe basta que os homens bons nada façam.

 

Edmund Burke

23
Ago16

Mas não me importei com isso

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

23
Ago16

Tolerância e bom senso, é o que falta

A proibição em duas localidades do sul de França da utilização do burkini, uma espécie de fato de banho que mulheres islâmicas utilizam na praia, por ser considerado como um símbolo do extremismo islâmico, é uma restrição inaceitável da liberdade individual e injustificável sobre qualquer prisma. O bom senso já começa a rarear, no que só pode ser sinal de uma sociedade profundamente traumatizada pelos ataques terroristas sofridos. Só uma sociedade doente, dominada pelo medo, pela desconfiança, pela ignorância e pela incompreensão pode justificar este género de atitudes.

 

Nada disto tem a ver com a questão da subserviência da mulher na cultura islâmica, que nunca foi preocupação no mundo ocidental. É apenas uma questão de medo perante o diferente. Há limites que não podem ser ultrapassados e nesta situação está-se claramente a pisar terrenos muito perigosos de intolerância para com uma cultura diferente do “nós”. Além disso, como bem sabia o poeta, um dia “nós” poderemos muito bem ser quem hoje é o “eles”.

22
Ago16

Vilegiatura

O conceito de férias, que originalmente foi um período de merecido descanso da rotina de trabalho, ou uma oportunidade de viajar e conhecer outras culturas, transformou-se nas últimas décadas. Agora o conceito é substancialmente diferente, e até quem não trabalha considera que necessita de férias.

 

Férias não são para muitos um sinónimo de descanso, nem de viagem ou conhecimento de outras culturas. Férias é uma vilegiatura junto à praia, e é uma tarefa levada muito a sério e de forma empenhada. Estou em crer que a maioria dos portugueses faz sacrifícios durante as férias que não está disposto fazer pelo seu trabalho. São as praias fantasma, que de madrugada já estão todas preenchidas de chapéus-de-sol e de toalhas estendidas, são as famílias que acordam cedo para irem com a trouxa reservar lugar no areal, é a rotina diária do protetor solar e da praia de manhã e à tarde, são as filas à espera de mesa no restaurante e as horas à espera de se ser servido, enfim, uma lista infindável de sacrifícios só por um motivo: porque são férias. Para muitos trabalhar será mais relaxante.

19
Ago16

A Terra tremeu

Nada a temer dizem, foi apenas um abalo de 4.1 na escala de Ritcher com epicentro a largo de Peniche. Mesmo sendo fraco é algo de abrupto, um som surdo que vem de lado nenhum e de todo o lado, que se sente por dentro de nós, por dentro de tudo. A força telúrica indomável, a vibração grave com a tranquilidade que pertence só as coisas que são inalteráveis. E nós à sua mercê. Temos que aproveitar estas oportunidades para nos recordarmos que este mundo não é nosso, que a impermanência da vida e das coisas é uma lei do Universo.

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