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rua do imaginário

Porque existe algo em vez do nada?

Porque existe algo em vez do nada?

rua do imaginário

29
Dez16

Ladainha dos Póstumos Natais

 

 Há-de vir um Natal e será o primeiro 

em que se veja à mesa o meu lugar vazio 

Há-de vir um Natal e será o primeiro 
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido 

Há-de vir um Natal e será o primeiro 
em que só uma voz me evoque a sós consigo 

Há-de vir um Natal e será o primeiro 
em que não viva já ninguém meu conhecido 

Há-de vir um Natal e será o primeiro 
em que nem vivo esteja um verso deste livro 

Há-de vir um Natal e será o primeiro 
em que terei de novo o Nada a sós comigo 

Há-de vir um Natal e será o primeiro 
em que nem o Natal terá qualquer sentido 

Há-de vir um Natal e será o primeiro 
em que o Nada retome a cor do Infinito 

 

David Mourão-Ferreira, in 'Cancioneiro de Natal' 

28
Dez16

Somos também aquilo em que acreditamos

Primeiro vem a imaginação depois vem a concretização. O Homem só faz aquilo que imagina, tudo o que se construiu existiu primeiro no imaginário e só depois na realidade. E portanto, imaginar e acreditar são das atividades mais dignas a que um Homem se pode dedicar, são as raízes de tudo o que existe. 

 

27
Dez16

Para além da curva da estrada

 

Para além da curva da estrada

Talvez haja um poço, e talvez um castelo,

E talvez apenas a continuação da estrada.

Não sei nem pergunto.

Enquanto vou na estrada antes da curva

Só olho para a estrada antes da curva,

Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.

De nada me serviria estar olhando para outro lado

E para aquilo que não vejo.

Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.

Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.

Se há alguém para além da curva da estrada,

Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.

Essa é que é a estrada para eles.

Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.

Por ora só sabemos que lá não estamos.

Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva

Há a estrada sem curva nenhuma.

 

Alberto Caeiro

22
Dez16

Momentos em que o corpo chora

Há sentimentos que não são possíveis de partilhar, não há palavras suficientemente poderosas para representar o que sente a alma, não há símbolos que possam projetar uma sombra que seja da realidade. As palavras foram inventadas para motivos práticos, para as minudências do dia-a-dia, só os poetas lhes conseguem ocasionalmente extrair o sentimento para que não foram feitas, como o escultor extrai a estátua do bloco de pedra. Nesses momentos, os que não têm alma de poeta estão irremediavelmente confinados com seus sentimentos, isolados do Universo, sozinho, o Homem e as suas circunstâncias. É nestes momentos que o corpo chora.

21
Dez16

Abdicar também é viver

A vida é feita de escolhas. Mas nesta sociedade de consumo, em que somos induzidos a que podemos ter tudo, em que temos o direito a ter tudo, há algo fundamental que fica esquecido: é que escolher é em primeiro lugar abdicar. Não podemos querer comer o bolo e ficar com ele, é simples de perceber, mas tudo o que nos rodeia nos diz insanamente o contrário. Mas que não haja ilusões, viver é abdicar, de consciência tranquila não só com por aquilo que somos mas, principalmente, com por aquilo que não somos.

19
Dez16

O último julgamento

Independentemente de tudo o resto, da nossa religião, das nossas convicções, das circunstâncias da nossa vida, da opinião dos outros sobre o que nós somos, todos nós em determinado momento das nossas vidas todos vamos ter que enfrentar um derradeiro julgamento: esse é o julgamento de nós próprios sobre o que fizemos com a nossa vida. E esse pode ser o julgamento mais duro de todos os juízos que temos de enfrentar. E, em última instância, a nossa primeira responsabilidade é viver a vida para em consciência conseguirmos um dia sentir-nos orgulhosos com o veredicto desse supremo julgamento.

13
Dez16

Hoje é o dia certo

Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

 

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