A ética e o futuro
A evolução tecnológica na genética permite que hoje estejamos a criar novas espécies e no futuro estará ao nosso alcance transformar a nossa própria espécie em algo diferente. A evolução ao nível da inteligência artificial permite-nos hoje criar máquinas capazes de pensar e tomar decisões de forma autónoma. Essas máquinas estão ser utilizadas para matar seres humanos, por máquinas poderosas eufemisticamente denominados por drones. Estamos a criar robots assassinos, o que visto à luz da história da Humanidade não deve surpreender, pois a tecnologia foi sempre utilizada em primeiro lugar na guerra. No futuro poderemos construir máquinas capazes de aprender, de se reproduzir e de ter sentimentos. Poderemos criar vida inteligente não-orgânica. Estamos a transformar-nos em deuses.
Estes exemplos representam desafios éticos imperativos. Antes de os cientistas se lançarem nos seus laboratórios a dar vida a novas espécies e a construir máquinas assassinas que pensam devia-se refletir se é isto que queremos fazer, se é isto que devemos fazer e quais os limites a impor. Somos neste momento aprendizes de feiticeiro sem noção do poder da magia que começámos a explorar. Somos crianças com brinquedos novos sem nenhum adulto a definir-nos os limites. Faz falta pensamento, ideias, regras e limites. Faz falta ética.
Um exemplo no campo da inteligência artificial são as três regras das robóticas definidas em 1942 por Isaac Assimov:
1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Quem pode hoje definir as regras da manipulação genética ou da inteligência artificial? E caso sejam definidas como se poderia garantir a sua aplicação? A ética é mais do nunca crucial para definir o futuro da Humanidade.
Bibliografia: Sapiens, Breve história da Humanidade, Yuval Harari