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rua do imaginário

Porque existe algo em vez do nada?

Porque existe algo em vez do nada?

rua do imaginário

30
Set15

Explicação da Eternidade

 

 

Devagar, o tempo transforma tudo em tempo

O ódio transforma-se em tempo, o amor

Transforma-se em tempo, a dor transforma-se

Em tempo.

 

Os assuntos que julgamos mais profundos

Mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis

Transformam-se devagar em tempo.

 

Por si só, o tempo não é nada.

A idade de nada é nada

A eternidade não existe

No entanto, a eternidade existe.

 

Os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos

Os instantes do teu sorrido eram eternos

Os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

 

José Luís Peixoto

 

29
Set15

YOLO

A influência da religião na sociedade tem vindo a esbater-se ao longo das últimas décadas. Esta laicização da sociedade tem também como consequência uma gradual diminuição da matriz cultural do cristianismo, mas a presença do cristianismo na sociedade vai muito além das crenças religiosas. Mesmo quem não é religioso foi educado com base num conjunto de valores que de forma explicíta ou implícita derivam da forte influência do cristianismo na nossa sociedade ao longo de centenas de anos. Um desses sinais é o conceito de sofrer em vida para receber a recompensa posterior, mesmo que depois da morte.

 

Em tempos recentes esta será porventura a primeira geração a desenvencilhar-se dessa matriz cultural do sacrifício imediato sendo substituído gradualmente por um hedonismo saudável. É preciso no entanto não esquecer que na vida é necessário muitas vezes o sacrifício de semear hoje para obter a recompensa da colheita amanhã. O lema you only live once, não deve impedir a interiorização de que a felicidade não pode confundir-se com prazer e que esta também deriva do sacrifício, de que para se atingir o cume da montanha é preciso sofrer na escalada.

23
Set15

Destino

Acredito no destino na medida em que o nosso destino é, em certos aspectos, definido pelos nossos genes. De resto, gosto de acreditar no livre-arbítrio e em coincidências, num mundo imaginário onde as leis da física e da quimica tenham a beleza da imprevisibilidade.

22
Set15

O caminho e o destino

Das muitas ficções da Humanidade o conceito de “empresa” é assaz curioso: trata-se de um entidade com figura jurídica, com nascimento e morte, sucessos e insucessos. Pode inclusivamente pensar-se numa empresa como tendo uma personalidade própria, em função dos seus produtos, do seu marketing e do seu comportamento comercial. É uma ficção, e não é por não ser real que não é importante. Tem uma característica de existência que encaramos com naturalidade, quase como de um ser vivo se tratasse.

 

Uma “empresa” é um conceito imaginário que só existe na mente dos humanos e porque a cada momento um conjunto de pessoas contribui individualmente para a sua existência. A empresa não é um ente cuja existência se justifica per se. A empresa existe enquanto inserida numa sociedade. Todo o seu lucro é extraído da sociedade. E é este ponto que o pensamento liberal esquece com demasiada facilidade. O objetivo da empresa é o lucro, mas não obtido a qualquer preço, ignorando que a sua existência se deve à sociedade. Quem trabalha numa empresa é mais que um “recurso” da empresa, é parte da identidade da empresa. A sociedade é mais do que a fonte de clientes da empresa, é a organização que permite e fundamenta a existência da empresa.

 

Existe objectivamente uma responsabilidade social em cada empresa. A responsabilidade social de uma empresa é algo que não tem que ser escrito em leis ou regras, é eticamente o fundamento da sua existência. Infelizmente, na nossa sociedade demasiadas vezes se assiste a comportamentos de gestores que endeusam o conceito de “empresa” e esquecem o primado ético do ser humano sobre o lucro.

 

Foi descoberto, por acaso, que nos EUA (não se sabe se também noutros locais) que a VW tinha um software instalado em alguns modelos de automóvel que permitia enganar os reguladores, e por consequência os seus próprios clientes, relativamente à emissão de gases tóxicos. Este é um exemplo, há outros, de uma empresa que esqueceu o motivo, a justificação, da sua existência. Com este comportamento, houve um conjunto de decisores, cuja missão seria defender os interesses de uma empresa, que quebrou de forma grave o elo que une a empresa à sociedade.

 

É com incredulidade que se assiste a este comportamento de malfeitor executado por pessoas que admito serem na sua vida pessoal perfeitamente honestas, bem-intencionadas e inseridas na sociedade. Este suicídio ético só consigo justificar por existir uma inversão de conceitos e de hierarquia entre o que é uma empresa e o que é a sociedade. Confunde-se o caminho com o destino. Infelizmente hoje em dia esta inversão de conceitos está presente na mente de muitas pessoas, onde o pensamento único do liberalismo, não sendo o responsável pela falta de ética, propicia a atitudes em que a ganância tudo justifica.

17
Set15

O Outono chegou, ninguém sabe como*

No programa da RTP Portugueses pelo Mundo um emigrante português no Panamá referia que o que mais sentia falta de Portugal era a família, a gastronomia e…as estações do ano. É algo que quem não vive em climas tropicais não costuma valorizar devidamente. Sentir as mudanças de ciclo da Natureza e a forma como somos também influenciados por elas, remete-nos para as nossas origens, recorda-nos que somos seres da natureza e que fazemos parte deste ciclo.Também nós vivemos ao ritmo das estações do ano.

 

Os calendários indicam que é Verão mas na Natureza o Outono já chegou. Folhas castanhas e douradas esvoaçam pela paisagem ao sabor do vento forte e fresco de Outono. O céu vai perdendo o seu azul quase permanente de Verão e aparece de vez em quando preenchido por nuvens de diversas tonalidades de cinzento. As primeiras chuvas de Outono começam a cair deixando o seu agradável aroma a terra molhada. A beleza do nascer o o pôr de Sol ganha uma renovada imprevisibilidade.

 

Todas as estações do ano têm a sua beleza, os seus cheiros, os seus humores, os seus ambientes e os seus rituais. Viver as mudanças de ciclo da Natureza é uma renovação, é iniciar uma nova etapa, é também estar vivo.

 

* Inpirado em António Machado

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