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rua do imaginário

Porque existe algo em vez do nada?

Porque existe algo em vez do nada?

rua do imaginário

26
Jan18

Pequenos Prazeres

O melhor da vida são os pequenos prazeres. Momentos, uns breves segundos, de bem-estar, de sentimento, de paz com o Tempo. Ver o sorriso incondicional de uma criança, sentir o calor do sol numa bonita manhã de Inverno, uma partilha entre amigos,  uma curva numa viagem de mota, uma esperança no futuro, um beijo dos filhos. São estes momentos que fazem a vida valer a pena. O sentido da vida não é nada mais do que estes pequenos prazeres.

19
Jan18

Nexologia

Afonso Cruz refere no seu livro "Jalan Jalan" que o autor de ficção cientifica A. E. Van Vogt construiu num dos seus livros uma personagem cuja profissão era a de nexologista. A função de um nexologista seria encontrar o sentido, a ordem, a direção, no caos dos acontecimentos aparentemente aleatórios. A  nexologia é assim a arte de esculpir um sentido no bloco bruto do absurdo que nos rodeia. Todos nós somos um pouco nexologistas amadores, tentamos racionalizar, simplificar, a realidade para que nos seja conpreensível. Mas há momentos em que o absurdo esmaga toda a nossa compreensão, e entendo bem a importâcia dos nexologistas profissionais de Van Vogt.

 

Jalan Jalan, Afonso Cruz (1).jpg

Jalan Jalan, Afonso Cruz

17
Jan18

Pai

 

Faz hoje 5 anos que o meu Pai nos deixou. A vida que existiu continuará viva na memória de todos os que o conheceram. Fica aqui um texto que escrevi nesse dia, contra o esquecimento.

 

 

Adeus Pai. Sou parte de ti, e por isso nunca me deixarás. Não irás mais estar fisicamente presente, mas o teu espírito, os teus ensinamentos e o teu ser continuarão sempre connosco. Ensinaste-me muito ao longo da vida, chegou agora o momento de uma última e dolorosa lição: viver a dor da morte de quem amamos.

 

Disseste-me que tudo tem um fim. Mas permite-me corrigir-te: não é será um fim, é apenas um momento em que deixaremos de ouvir a tua voz (espero nunca a esquecer), do olhar dos teus olhos, às vezes verdes, outras vezes cinzentos (que estou certo nunca esquecerei), de sentir o teu calor, de ver os teus gestos. Tudo isto vai continuar a existir naqueles que ficam com a enorme responsabilidade de honrar a tua memória. Enquanto existires em nós, a morte não vencerá.

 

O nosso consolo é saber que partes em paz, com o espirito do dever cumprido. Que viveste uma vida difícil, mas de sucesso. Que no fim da vida pudeste olhar em teu redor e que certamente sentiste felicidade. Que conseguiste realizar os teus sonhos, contra muitas adversidades. Que deixas uma família que te respeita e honra. Amigos que nunca te irão esquecer. Que te amam. Que enquanto os que te conheceram estiverem vivos existirás sempre nos nossos corações e não deixaremos de brindar à tua memória. Que descanses em paz, e que nós, que recebemos o teu legado, sejamos agora capazes de honrar o teu exemplo.

 

Agradeço-te tudo. O que de bom e de mau vivemos juntos. Obrigado. Obrigado por seres o que és. Obrigado pelo que aprendi contigo. Obrigado pela tua honestidade. Obrigado pelos teus conselhos. Obrigado pelos princípios de vida. Obrigado pelos teus olhos. Obrigado pela tua vida, que nos enche de orgulho.

 

Obrigado por tudo. Descansa em Paz.

 

17 de Janeiro de 2013

16
Jan18

Os Adultos

Na nossa infância temos um conceito de “adulto” como alguém que, pela experiência ou por algum conhecimento obtido de forma para nós insondável, sabe algo mais do que nós. O adulto é alguém que já não sofre das angústias das decisões de vida, para quem a burocracia do viver não tem segredos, que sabe sempre o que fazer em cada momento. No fundo durante essa fase da nossa vida temos o conforto de saber que há um adulto que nos pode amparar, uma rede de segurança nos volteios trapezistas da nossa juventude.

 

Só que o tempo vai passando e chega um momento em que inevitavelmente temos que questionar: quem são agora os adultos? E um dia a resposta a essa questão surge intimidante: agora os adultos somos nós. Não há ninguém mais, os adultos, somos inevitavelmente nós. E, qual não é o choque, quando percebemos que isto de se ser adulto não é em muito diferente das outras fases da vida, continuamos a ser uma infindável lista de angústias e incompreensões perante os problemas que a vida e a morte nos vão colocando diariamente. Descobrimos que aquela velha frase, que todos certamente já ouvimos em criança, do “quando fores adulto vais perceber” é uma fraude, afinal parece que sou adulto agora e continuo sem perceber nada. A imagem que vemos todos os dias no espelho vai envelhecendo, a criança dentro de nós há muito que anda desaparecida, mas continuamos sem saber nada do que é isso de ser adulto.

12
Jan18

Um gesto na planície

Uma esperança sem alento

Uma raiva sem destino

Uma longa despedida

Uma saudade antecipada

Uma escuridão no futuro

 

A solidão no absurdo

De um gesto na planície

Numa viagem imaginada

 

09
Jan18

Final Feliz

O final feliz de qualquer história depende do momento onde decidimos terminar de a contar. Porque todas as histórias, incluindo a nossa, terminam mal. A grande sabedoria do final feliz está em saber onde parar. A dúvida que me tem assombrado estes dias é a seguinte: será que o meu final feliz já aconteceu?

08
Jan18

Medo e deslumbramento

E Alfred Kazin escreveu no seu diário , 11 de Março de 1944: Deus é apenas o nome para o nosso deslumbramento.

 

Jalan Jalan, Afonso Cruz

 

Deus será também um nome para o deslumbramento, mas, primordialmente, Deus é nome para o medo. O medo da morte, o medo do sofrimento, o medo da perca, em resumo, o medo de ter medo. O medo é origem dessa característica única da nossa espécie animal, e que foi a origem do que verdadeiramente distingue a Humanidade do resto da criação: a capacidade de criar mentiras, a invulgar característica de conseguir pensar o que não existe.

04
Jan18

Sobre a justiça do que nos acontece

Existe o costume de dizer que a vida não é justa. Desde logo, o conceito de justiça é uma invenção do Homem, na Natureza não existe justiça ou injustiça, o que existe são simplesmente acontecimentos. A ideia de que deverá existir uma qualquer recompensa ou causalidade em função do nosso comportamento anterior só é aplicável às ficções humanas, é invenção do animal Homem. É mais uma forma de o Homem, na sua enorme insignificância, tentar extrair  desesperadamente algum sentido do absurdo.

 

Mas, ainda assim, não podemos dizer que a vida seja injusta. Isto porque a vida, sendo injusta de igual forma para todos nós, acaba por ser, à sua maneira, justa para todos. Mais do que da justiça, a nossa vida depende, à falta de melhor termo, da sorte. Porque o acaso resulta unicamente da nossa falta de capacidade de perceber o que nos acontece. Na religião católica os padres costumam referir que “os desígnios do Senhor são insondáveis”, que é somente uma forma de dizer que o motivo do que nos acontece está para além da nossa compreensão.

 

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