Pessoas felizes dão maus consumidores
Franco Berardi, filósofo italiano, afirma: “A solidariedade é a maior ameaça para o capitalismo financeiro. A solidariedade é o lado político da empatia, do prazer de estarmos juntos. E quando as pessoas gostam mais de estar juntas do que de competir entre si, isso significa que o capitalismo financeiro está condenado. Daí que a dimensão da empatia, da amizade, esteja a ser destruída pelo capitalismo financeiro”.
Adiciono aos pecados contra o capitalismo financeiro, a verdadeira religião da nossa sociedade, a capacidade de se ser feliz. A sociedade de consumo incute-nos desde criança o mito de que necessitamos de consumir, de ter mais, para sermos felizes e bem sucedidos. Na doutrina do capitalismo financeiro o sucesso é equivalente a riqueza. Sabemos no entanto que a felicidade não tem qualquer relação com a riqueza que possuímos. Considerar a nossa forma de vida não é uma competição louca com o que os outros é um forte suporte para uma vida com personalidade, equilibrada e feliz. E uma heresia para o capitalismo.