Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

rua do imaginário

Porque existe algo em vez do nada?

Porque existe algo em vez do nada?

rua do imaginário

03
Dez19

A inutilidade da revolta

Diz o não-crente: caso fosse crente sentiria uma enorme revolta contra Deus, por existirmos para ter que aceitar a morte e um mundo tão injusto. Responde o crente: perante a coexistência de um Deus omnipotente e um mundo cruel e imperfeito nunca senti uma gota de revolta. No entanto, a ausência de revolta comum ao não-crente e ao crente radica na mesma origem: porque é inútil. É inútil a revolta, mas provavelmente necessária.

 

A dúvida pertinente é sobre qual o maior consolo perante a insignificância e a pequenez da nossa existência: o consolo do crente, que tem fé no sentido da vida mas cuja compreensão lhe está vedada, ou o do não-crente, que tem que aceitar a total ausência de um qualquer sentido para a existência.

 

A resposta, como por vezes acontece, só existe na poesia.

 

02
Dez19

A aldeia

Há quinze anos, com o nascimento da minha primeira filha, nasceu também um pai. Aprendi a ser pai com a minha filha como ela aprendeu a ser pessoa comigo, foi um crescimento mútuo. Mas sei bem que um pai ou uma mãe não é o suficiente para a completude da educação de um filho. O provérbio africano “Para educar uma criança é preciso uma aldeia inteira” reflete o conceito de que é a sociedade que serve os fundamentos para a educação de uma criança.

 

A atual geração de adolescentes e crianças nasceu num mundo novo em que a tecnologia permite que toda a informação esteja literalmente na palma das suas mãos. A “aldeia” mutou para algo de fluido e universal onde o sucesso se confunde perigosamente com um reconhecimento instantâneo e efémero pelos outros. Neste hiper acesso todos têm voz e opinião e o conhecimento do especialista é submergido pela gritaria da multidão. Nasceram num mundo em que o nosso estilo de vida está a destruir o planeta e em que a felicidade se confunde com consumo.

 

Hoje o maior desafio enquanto pai é transmitir aos meus filhos a importância de pensar, pensar pela própria cabeça, não ir atrás da opinião do rebanho e não fazer depender a nossa confiança do reconhecimento efémero pelos outros. Para esta geração que nasceu imersa num mundo conectado muito diferente do da minha infância, a dúvida que tenho é se a nossa “aldeia” terá o que é mesmo necessário para cumprir a sua função na educação de uma criança.

 

Links

  •  
  • Arquivo

    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2021
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2020
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2019
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2018
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2017
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2016
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2015
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D

    Subscrever por e-mail

    A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.