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rua do imaginário

Porque existe algo em vez do nada?

Porque existe algo em vez do nada?

rua do imaginário

23
Abr20

Dia Mundial do Livro

De todos os bens materiais nenhum é mais pessoal, íntimo e único do que a biblioteca formada pelos livros que vamos acumulando ao longo da vida. Os nossos livros revelam os nossos interesses, os nossos gostos pessoais, as nossas preocupações, o nosso sentido estético e também a sua evolução ao longo dos anos de vida. A biblioteca é um ADN, exclusivo de cada um de nós, onde os genes são livros. Uma biblioteca é algo de tão íntimo que na verdade só é importante e só faz sentido para quem a construiu.

 

(reedição parcial desta publicação a propósito da comemoração do Dia Mundial do Livro)

21
Abr20

A húbris desconstruída

A sociedade dos países desenvolvidos vive na bolha da superioridade que a tecnologia lhe concede. Temos estações espaciais, manipulamos a genética de seres vivos, viajamos de um lado ao outro do planeta em poucas horas, temos no bolso acesso a conhecimento infinito, fabricamos máquinas absolutamente magnificas. Que mal é que a natureza ainda nos pode provocar?

 

Esta geração nasceu e vive com esta sensação de libertação das leis da natureza, com o orgulho da criatura que suplantou o criador, com a arrogância que quem dominou o medo e com a insolência de quem considera que tudo no mundo existe somente para seu usufruto.

 

Comportamo-nos como um imperador confiante na força dos seus exércitos e, no deslumbramento do nosso poder, desprezamos as ameaças. Os efeitos das alterações climáticas nunca foram minimamente levados a sério. Os alertas do desastre iminente não valeram o esforço de alterar o nosso estilo de vida, por pouco que fosse, pois acreditamos que, mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, a nossa superioridade perante a natureza vai resolver problema.

 

Com a pandemia esta geração encontra algo de inédito: a natureza ameaça de forma grave o nosso estilo de vida e a ciência e tecnologia, por enquanto, de pouco nos podem valer. Esta situação fez surgir um medo, que é não apenas desta pandemia, mas um medo ancestral, mais profundo e mais denso. Para esta pandemia irá certamente surgir um medicamento ou uma vacina. Para os efeitos das alterações climáticas sobre a nossa vida não vai existir medicamento nem vacina. E este medo é o medo de voltar a ter medo, é o medo de descobrir que afinal há problemas que não conseguimos resolver, é o medo de viver novamente subjugado e de ter que renunciar à soberba. Afinal, não somos imunes ao que acontece na natureza. Afinal, a natureza consegue alterar de maneira radical os nossos hábitos mais básicos. Afinal, o imperador talvez tenha pés de barro.

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