Já não tenho tempo para ter pressa
Uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que nos faz perder.
G. K. Chesterton, 1874 - 1936
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Uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que nos faz perder.
G. K. Chesterton, 1874 - 1936
Há muitas formas de se ser feliz e exactamente as mesmas de se ser infeliz. Cada um de nós terá que encontrar a sua felicidade. E isto deve deixar-nos tranquilos, significa que somos livres para o fazer se tivermos a sabedoria de ser ponderados: a felicidade é algo que nos acontece quando estamos a fazer outras coisas da maneira certa, não quando estamos à sua procura. O que devemos procurar, isso sim, é paz de espírito. A possibilidade da felicidade depende das nossas circunstâncias, a paz de espírito depende unicamente de cada um.
Existe a felicidade do momento, em que nos sentimos felizes por estarmos a viver um presente agradável e prazenteiro. É a felicidade de estarmos tranquilos, a usufruir o momento, em paz com o tempo que passa, e a viver plenamente no presente. E existe uma outra felicidade, a do caminho percorrido, do sacrificio efetuado, da coragem nas decisões difíceis, que resultou, ao longo do tempo, em algo que nos satisfaz. A felicidade da consciência tranquila, de saber que se vive da maneira certa, a merecida recompensa de um esforço bem realizado.
Utilizamos a mesma palavra, mas existe um abismo de significado entre estar feliz e ser feliz. Estas formas de felicidade não são incompatíveis entre si mas nem sempre coexistem. Podemos portanto viver momentos de felicidade e não sermos felizes ou podemos estar a viver um momento de infelicidade e sermos felizes. E podemos, se tivermos a sorte e a arte para tal, ter momentos de ambas as formas de felicidade. E, na enorme improbabilidade da nossa existência, devemos estar sempre gratos por cada um desses instantes mágicos.
Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma,
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com o imaginá-las
Que são mais nossas do que a nossa vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa, é nós…
Por sobre o verdor turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas…
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.
Fernando Pessoa, 1935
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