Portas de Rodão
A vila estava deserta e adormecida. No ar um cheiro estranho, talvez o resultado indesejado das indústrias que rodeiam Vila Velha de Rodão. Não foi fácil encontrar um restaurante onde fosse possível almoçar, a oferta é escassa e alguns estavam fechados, resultado do período de férias ou de não terem sobrevivido ao confinamento da pandemia, não o sabemos. Depois de almoço, uma bela estrada retorcida levou-nos inesperadamente ao castelo do Rei Vamba, uma torre de vigia estrategicamente construída sobre imponentes falésias que formam estreito das Portas de Rodão. O Rei Vamba terá sido um dos últimos reis Visigodos, reinou entre os anos de 672 e 680. Para tornar mais interessante este castelo nem falta a lenda de uma maldição, provocada pelos amores da rainha e o rei mouro que reinava na outra margem do Tejo. Um pouco abaixo do castelo consegue-se vislumbrar a imponência das Portas de Rodão, uma garganta rochosa e escarpada num rio Tejo que, de resto, se estende, naqueles lugares, pacífico entre margens mais suaves. Naquele dia o céu mostrava-se maravilhoso, pontilhado de nuvens brancas suspensas num azul límpido e profundo, que atribuía uma beleza aumentada a esta paisagem.
Rio Tejo, visto do Castelo do Rei Vamba
Caetlo do Rei Vamba
Portas de Rodão