Almeida
Foi no Sabugal que cruzamos pela primeira vez o rio Côa. Iremos encontrar-nos várias vezes com o Côa nos próximos dias. Após o Sabugal a estrada nacional que nos leva a Almeida acompanha, a alguma distância, a margem esquerda do Côa e ao aproximar-nos de Almeida, que fica na margem direita, voltamos a cruzá-lo. Em tempos este rio marcou a fronteira com o Reino de Leão e foi apenas no reinado de D. Dinis, em 1297 com o Tratado de Alcanizes, que Almeida passou a fazer parte do território de Portugal. A sua localização estratégica foi importante nesses tempos de definição de fronteiras e também o foi, vários séculos mais tarde, por altura as invasões francesas. Almeida recorda todos os anos estes tempos de violentas batalhas fazendo recriações de acampamentos e de combates com as tropas de Napoleão que, por coincidência, estavam a decorrer no dia em que por lá estivémos.
A paisagem é plana, rochosa e de vegetação escassa e sempre rasteira ou de árvores de pequeno porte. Impressiona o isolamento desta vila fortaleza no planalto, como um navio solitário a navegar o enorme mar. Por aqui as povoações são escassas e distantes vários quilómetros entre si, geralmente localizadas junto aos vários castelos existentes nas raras elevações do terreno. Cada povoação existe fechada sobre si, reminiscências dos tempos em que estes territórios foram a frente de defesa da fronteira, o que em Almeida é simbolicamente ainda mais marcado por estar dentro de uma fortaleza e apenas com dois acessos através de túneis que atravessam as grossas muralhas.
O casario de Almeida
A entrada da fortaleza
Combates em Almeida