O Universo conhece-se a si próprio
Sendo o ser Humano um resultado do Universo, uma consequência da grande explosão que ocorreu há cerca de 15 mil milhões de anos que esteve na origem de tudo o que existe neste Universo, a nossa capacidade para compreender o seu funcionamento, a sua origem, entender as leis da física que o regem e prever o futuro do Universo não é na realidade mais do que o próprio Universo a conhecer-se a si mesmo.
Nós somos um produto do Universo que conseguiu evoluir o suficiente para compreender as entranhas da sua forma de funcionar e os detalhes da sua própria origem. Nós não somos só resultado da história do Universo, somos o próprio Universo. Estivemos presentes nesse momento inicial há 15 mil milhões de anos e estamos agora a detetar e compreender as ondas gravitacionais de fenómenos que ocorreram em locais extremamente longínquos.
No livro de Jostein Gaarder "Maya - O Romance da criação" o autor refere: "O aplauso à grande explosão teve de esperar 15 mil milhões de anos para se ouvir". Que isto dizer que o objetivo da grande explosão foi ser compreendido, foi compreender-se a si próprio e para tal foi necessário esperar 15 mil milhões de anos (assumindo que seremos os primeiros a compreendê-lo). Mas esta frase tem um outro conceito implícito: de que a evolução da consciência e o surgimento da capacidade de compreender o Universo não é algo fortuito, um sub-produto aleatório das leis da física, mas sim um objetivo concreto dessas mesmas leis. A consciência seria assim o objetivo inicial da grande explosão.
Maya - O Romance da criação, Jostein Gaarder