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Na rotina urbana que me é exigida (ou que eu me imponho, porque afinal é preciso de pensar que sou livre) sinto falta da Natureza. Sentir o vento gelado de um dia de Inverno, analisar as cores de um pô-de-sol, absorver o calor íntimo do Sol num dia frio, observar se e o vento sopra de Norte ou de Leste, respirar o ar claro e leve das montanhas, mexer na terra e na lama. Somos animais, os séculos de civilização apenas serviram para nos cobrir com uma fina camada de verniz. Viver na cidade protegidos por betão, rodeados de multidões (e no entanto solitários) a respirar ares mortíferos e a lutar constantemente contra o tempo, é viver longe de nós próprios. A cidade é um paradoxo, onde uma maior concentração de humanos significa uma redução da humanidade. Para mim, tenho certo de que a plenitude, se algum dia a encontrar, não será na cidade.