Porquê eu?
Porquê eu? Imagino que esta deva ser a cruel interrogação de todos os que enfrentam uma suprema injustiça, por exemplo, de uma doença grave e potencialmente mortal. O ser humano tem essa necessidade de deslumbrar um sentimento de justiça, uma ordem no mundo, uma relação entre o que somos e o que merecemos. Mas todos sabemos, e todos o teremos que admitir, que o Universo é totalmente indiferente ao que nos acontece. As coisas acontecem, pronto. Não qualquer ideia de justiça, este é um conceito estranho às leis da Natureza. Mas sim, é impossível não colocar a interrogação: Porquê eu? E para esta questão, a resposta não existe. E enquanto não chega a nossa vez de colocar essa questão, devemos recordar-nos que a vida, e a consciência que dela temos, é um dom improvável, impermanente e que todos os dias nos devíamos questionar: o que devo fazer hoje para usufruir desta enorme improbabilidade que é estar vivo e com saúde?