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rua do imaginário

Porque existe algo em vez do nada?

Porque existe algo em vez do nada?

rua do imaginário

07
Ago17

Ruído no cérebro

We cling to our memories as if they define us. But it’s what we do that defines us.

 

Fantasy, reality, dreams, memories. It’s all the same. Just noise.

 

Filme: Ghost in the Shell, realizador Rupert Sanders 

 

Ghost in the shell é baseado num manga criado por Masamune Shirow em 1989. A ação decorre num futuro melancólico e negro, numa mega-cidade deprimente algures na Ásia, muito à semelhança do ambiente criado em Blade Runner, onde as pessoas melhorando-se com implantes robóticos criando uma fronteira difusa entre Homem e máquina. A história baseia-se na construção de uma nova geração de cyborgs em que um cérebro humano é colocado num robot humanoide, juntando assim as virtudes de ambos: a capacidade de decisão de um humano com o poder de um corpo robótico. É o cyborg extremo em que tudo é máquina excepto o cérebro, o fantasma dentro da máquina, num regresso da dualidade de Descartes em que a alma comanda o corpo.

 

Tudo o que o cérebro recebe é controlado e pode ser manipulado. Tudo, seja realidade ou fantasia se resume ao mesmo, ruído no cérebro. Senão as memórias, o que nos define então?

13
Mai16

In Time

In Time é um filme de ficção que decorre num mundo onde as pessoas têm implantado no braço um contador decrescente que indica o seu tempo de vida. Quando esse contador chega a zero a pessoa morre. O trabalho é renumerado em tempo e o pagamento do que se compra é efetuado em tempo e o tempo pode ser transacionado entre pessoas. Uma pessoa rica, que possua muito tempo, poderia viver eternamente. O argumento é complexo, bem elaborado e consegue mostrar de forma realista o que seria uma sociedade regida por esta lei do tempo, incluindo o efeito na sociedade da acumulação excessiva da riqueza (do tempo) por alguns.

 

Este mundo é o nosso mundo, apenas com uma suave diferença: em In Time as pessoas sabiam a cada momento quanto tempo tinham e possuiam a possibilidade de, de alguma forma, aumentar esse tempo. No nosso mundo, não sabemos quanto tempo temos (mas sabemos que é finito) e gastamos tempo que temos para adquirir riqueza.

 

O fundamental do filme é recordar-nos uma verdade límpida e cruel mas que temos uma enorme tendência para esquecer: a nossa riqueza é o tempo, e tudo o que fazemos, ou compramos, custa-nos tempo. A verdadeira e única riqueza é possuir tempo, tempo de vida e tempo disponível para viver.

 

Filme: In Time, Andrew Niccol, 2011

08
Set15

Ex Machina

Deverá a criatura amar o criador? Ava não. Ava, a robot (a inteligência tem que ter sexualidade) de Ex Machina odeia o seu criador. E o seu objetivo é fugir, sair da sala que é o único mundo que conhece, apesar de ter acesso a toda a informação do mundo, e finalmente conhecer exterior. Quer ir para um cruzamento ver pessoas a passar.

 

A diferença entre conhecimento e consciência é explicada: uma pessoa pode saber tudo o que existe sobre cores e viver num mundo a preto e branco. Mas só quando consegue sair desse mundo a preto e branco e conhecer as cores é que tem consciência das cores. E Ava que ter consciência do mundo. O objetivo do teste é saber se Ava é simplesmente uma máquina ou se sabe o que é, se tem consciência da sua existência. Há algo no filme que nos insinua a resposta: Ava tem medo de morrer.

 

Para fugir Ava seduz e mata de forma insensível. Terá Ava sentimentos? A inteligência artificial irá certamente produzir sentimentos, mas não podemos assumir que os seus sentimentos, a sua empatia, seja por nós, Humanos, que somos afinal uma outra espécie. Por acaso, temos nós sentimentos pelos nossos parentes mais próximos, os chimpanzés?

 

Ao criar a consciência o Homem transforma-se em Deus, e tal como o Homem matou Deus, um dia para as máquinas os Humanos vão ser arcaicos e dispensáveis. Um fóssil ultrapassado. Não podemos assumir que a criatura não queira ser amo do criador ou que simplesmente lhe sejamos totalmente indiferentes. Esse é o perigo da Inteligência Artificial: que o criatura não tenha sentimentos pelo criador.

 

Filme: Ex Machina, Alex Garland

22
Mai15

A memória dos nossos filhos

Em “Interstellar”, filme de Christopher Nolan de 2014, após o nascimento do primeiro filho umas das personagens diz: a partir deste momento a nossa missão é sermos as memórias dos nossos filhos.

 

Ter filhos, educá-los para a vida e dar-lhes as ferramentas para que possam ser pessoas bem preparadas para a vida, em todos os sentidos, é a maior responsabilidade que um ser humano pode assumir. As suas memórias de nós são o que de mais próximo existe da imortalidade.

 

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