Unicidade da realidade
Nós somos feitos de átomos e quando um humano estuda um átomo são átomos que se estudam a si mesmo.
Mas a realidade do átomo é a mesma realidade do humano? E a realidade do átomo será a mesma realidade da Via Láctea? E se existirem vários Universos, a sua realidade será a mesma? A dúvida é se existem várias realidades ou se existe uma unicidade da realidade.
O conhecido efeito borboleta afirma que o bater de asas de uma borboleta poderia ter um efeito que provocasse uma tempestade do outro lado do mundo. Ou seja, tudo está ligado e a realidade é uma única.
A existência da unicidade da realidade pressupõe que as regras que se aplicam sejam as mesmas independentemente da escala, das forças, da matéria e do tempo em questão. Desta forma tudo o que existe estaria ligado por um conjunto leis que determinavam o comportamento perante determinadas condições. E esse comportamento tanto pode ser o salto quântico de um eletrão, a formação de uma tempestade ou a minha decisão de eu hoje almoçar carne estufada ou peixe grelhado.
A ciência ainda não nos consegue responder a esta questão e não sabemos se alguma esta resposta estará ao nosso alcance. Neste momento é uma questão filosófica. E filosoficamente gostamos de pensar que o mundo é regido por regras, que nada no mundo físico acontece por acaso. E a nossa experiência diária confirma-nos isso: se todos os dias fizermos a mesma experiência, com as mesmas condições, todos os dias vamos obter o mesmo resultado. Seria um mundo louco se assim não fosse. “Deus não gosta de jogar aos dados” terá dito Einstein.
Mas quer isto dizer que eu não tenho liberdade de fazer algo diferente do que estou a fazer? Poderia eu, exatamente nas mesmas condições em que estou agora, estar a escrever algo diferente? Terei livre arbítrio?