Viagem, a memória
Depois da viagem é necessário cristalizar uma memória. De tudo o que vivemos temos que fazer uma terrível escolha: o que recordar e o que esquecer. É certo que o esquecido nunca o é verdadeiramente, muitos anos depois, inopinadamente, podemos conjurar memórias há muito julgadas perdidas. Mas a escolha do que queremos recordar pode ser feita por nós, em vez de deixar essa tarefa entregue aos desconhecidos meandros do nosso inconsciente. Construir uma memória, eleger o que recordar, garante-nos o privilégio de escolhermos criteriosamente o que não queremos esquecer.