Viagem, o plano
Depois da ideia, mais tarde, algumas vezes muito mais tarde, eventualmente surge a oportunidade da viagem, de concretizar um sentimento que habita dentro de nós. Planear uma viagem é uma arte, é gerir um equilíbrio entre a anarquia da improvisação e a ditadura do planeamento. O resultado da viagem é um compromisso meticuloso entre informação, planeamento e improvisação.
Conhecer o destino para saber interpretar o que vamos ver e para melhor compreender o que nos rodeia é fundamental. Também para saber o que conhecer, a rota da viagem, o que é importante ver, implica um esforço de conhecimento prévio: leituras, conversas, investigação. Depois entra-se numa fase mais fina, a definição de etapas, de itinerários, a elaboração de uma cronologia planeada. Mas é fundamental saber quão fina queremos esta análise, é preciso saber quando devemos parar o detalhe, para não tornar a viagem num enfadonho e previsível cumprimento de um roteiro pré-definido.
Planear a viagem faz já é a própria viagem. Parte do prazer da viagem está no seu planeamento. E as ferramentas que a tecnologia agora colocam à nossa disposição, que nos permitem estando em frente a um computador ter literalmente acesso a todo o mundo, tornam o planeamento da viagem numa verdadeira etapa da viagem.
E se a viagem frequentemente desilude, o seu planeamento nunca o faz. Não há calor ou frio, mosquitos, turistas, estados de espírito ou contratempos. Planear uma viagem é construir, e também uma forma de viver, a viagem perfeita.